Presenciei uma cena pitoresca na rua hoje. Bom, talvez presenciar não seja bem a palavra. Perdi o início e o desfecho. Apenas uma frase me foi jogada na cara, enquanto eu passava calmamente pela praça XIX de Dezembro (ou Praça do Homem Nu) a caminho de casa.
"Qual a sua pira de chutar o bicho, mano??!!"
Passei. Ainda virei pra trás uma vez, depois de alguns passos. Quem tinha falado era um rapaz de blusa preta e capuz (um mano, ao meu ver). Já o mano que tinha pira de chutar bichos estava mais pra trás, gesticulando. Não ouvi mais nada. Um pouco mais pra frente, a prova do crime: uma pombinha caída perto do meio-fio (chamem de guia, se quiserem; pra mim isso sempre foi e sempre será o meio-fio). Um outro menino que ia passando e também viu a cena ainda fez menção de parar pra ajudar a pombinha, e depois desistiu.
Fosse uma criança, ele não teria parado, ninguém teria gritado e a vida correria normalmente.
Não quero defender o cara que chutou a pombinha. Também não quero ser moralista e fazer um post enfadonho do tipo "temos que amar o próximo bla bla bla". Acontece que eu sou bem cética no que diz respeito a solidariedade com animais. Não que eles não mereçam. Mas sabe aquela história de "se você quiser mudar o mundo, comece arrumando seu quarto"? Então. Acho que uma espécie que não sabe cuidar de si própria não pode querer salvar as outras. Antes de ajudar a pombinha, ajude alguém.
No mais, senti uma certa alegria vingativa ao ver a pombinha se debatendo no asfalto. É que ontem, quando eu passava por ali no mesmo caminho pra casa, recebi um presente caído dos céus, de uma dessas criaturas adoráveis. Vaaaai, besta. Hehehehe.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Fim dos tempos
Sobrevivi à mudança de século, à ativação do LHC e à chegada dos aliens. Se sobreviver a amanhã, não tenho medo de mais nada.
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Alguns fatos importantes sobre Nayara Gonzalez
Nunca uso a primeira linha de uma folha.
Quando como Bis, dobro o papelzinho 4 vezes ao meio (considerando um eixo vertical), até ele parecer um palitinho.
Tenho vontade de chutar yorkshires.
Isso no meu pescoço não é um chupão, é uma marca de nascença. Se você olhar de novo semana que vem, ainda vai estar aqui.
Acho que Capitu não traiu.
Não uso mais o elevador do SESC.
Os motivos são muitos, e nenhum é necessariamente verdadeiro:
a) tenho claustrofobia.
b) tenho trauma porque uma vez fiquei presa por mais de 3 horas com um grupo de crianças recém-saídas do treino de futebol.
c) minha religião não permite.
d) tenho fetiche por elevador, e não consigo me agüentar.
Meu humor varia entre irônico e nonsense.
Não sou pedante, sou prolixa.
Eu não matei Joana D'Arc.
Pela milésima vez, é uma marca de nascença!
Na TPM, qualquer coisa é motivo de choro (até perder aquele brinco que custou 1 real e eu nem usava muito).
Aliás, chorei mais assistindo Irmão Urso do que Óleo de Lorenzo.
Não me divirto em parques de diversões.
Já li cada Harry Potter pelo menos três vezes (exceto o 7º, foram só duas). Nas últimas, eu pulava os parágrafos muito compridos e ia direto pros diálogos.
Axo o tiopês miut odigno 88*8****8REFLITÄ*8*8***88
Não sou saudável.
Só gosto do meu cabelo uns 3 ou 4 dias no mês. Aí ele desbota.
E não, isso não é um chupão!!!!!
Quando como Bis, dobro o papelzinho 4 vezes ao meio (considerando um eixo vertical), até ele parecer um palitinho.
Tenho vontade de chutar yorkshires.
Isso no meu pescoço não é um chupão, é uma marca de nascença. Se você olhar de novo semana que vem, ainda vai estar aqui.
Acho que Capitu não traiu.
Não uso mais o elevador do SESC.
Os motivos são muitos, e nenhum é necessariamente verdadeiro:
a) tenho claustrofobia.
b) tenho trauma porque uma vez fiquei presa por mais de 3 horas com um grupo de crianças recém-saídas do treino de futebol.
c) minha religião não permite.
d) tenho fetiche por elevador, e não consigo me agüentar.
Meu humor varia entre irônico e nonsense.
Não sou pedante, sou prolixa.
Eu não matei Joana D'Arc.
Pela milésima vez, é uma marca de nascença!
Na TPM, qualquer coisa é motivo de choro (até perder aquele brinco que custou 1 real e eu nem usava muito).
Aliás, chorei mais assistindo Irmão Urso do que Óleo de Lorenzo.
Não me divirto em parques de diversões.
Já li cada Harry Potter pelo menos três vezes (exceto o 7º, foram só duas). Nas últimas, eu pulava os parágrafos muito compridos e ia direto pros diálogos.
Axo o tiopês miut odigno 88*8****8REFLITÄ*8*8***88
Não sou saudável.
Só gosto do meu cabelo uns 3 ou 4 dias no mês. Aí ele desbota.
E não, isso não é um chupão!!!!!
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Uma pequena história de amor ao telefone
Oi, Lucas, é a Mari, tudo bem? Quê? Ah, a Mari do cinema, lembra? É, a morena... Não, do Batman... Isso... Então, quer namorar comigo? Pode ser? Ótimo. A propósito, meu aniversário é amanhã. Não, dia 23. É. Uso M, tá? Prefiro ouro branco. Ou prata de Bali. Chocolate eu prefiro preto. Não curto flores. Valeu. Beijos, amor.
domingo, 14 de setembro de 2008
Rebelde até onde dá
Eu nunca vou poder dar lição de moral nos meus filhos. Imagina só, com que cara eu vou dizer pra eles "mamãe saiu de casa quando tinha 17 anos"?
- É, mãe, mas morando na frente do shopping até eu...
- Tá, eu morava no centro, era perto de tudo... Mas isso não significa que minha vida fosse fácil. Tava longe da família, dividindo apartamento...
- Tinha computador, um quarto só seu que o vô veio até aqui pra pintar...
- É, é, mas também não é assim. Você pensa que é fácil ter que fazer a própria comida? E ainda controlar o dinheiro pra não passar fome no fim do mês?
- Mas você não fazia sua comida. Nem almoçar no RU não almoçava. Comia no SESC a R$ 1,60 e jantava hamburguer feito no grill. Nem problema com dinheiro você não tinha, porque além de ter salário o vô e a vó pagavam suas contas.
- Ahá! Mas vejá só, eu só tinha salário porque trabalhava. Estudava a manhã toda, trabalhava a tarde toda e tinha os trabalhos da faculdade pra fazer à noite.
- Trabalhava na sua área, podia entrar de graça em todos os shows do SESC e sua chefe ainda te levava pra outros tantos shows de graça.
- Mas... mas... também tinha os serviços de casa! Você acha que era fácil lavar a louça aqui, com esse frio que faz no inverno? E a roupa, hein? E a roupa?
- Ah, mãe, nem vem com essa. Eu sei muito bem que sua casa tinha aquecimento a gás. Até os dentes você escovava com água quente. E a máquina de lavar roupa que você tinha? Pensa que eu não sei que nem as meias você esfregava no tanque?
A essa altura eu já estaria desesperada com a minha falta de argumentos e só me restaria apelar:
- Bom, mas o que você tá esquecendo é que o chão da minha casa era de carpet. E não existe nada pior de limpar do que carpet. (Vaaaai, vence essa agora.)
- A vó me contou que você fez ela comprar um aspirador novo...
É, isso foi só pra dizer que eu tenho um aspirador de pó novo e eu não sei como eu consegui viver até agora sem ele.
- É, mãe, mas morando na frente do shopping até eu...
- Tá, eu morava no centro, era perto de tudo... Mas isso não significa que minha vida fosse fácil. Tava longe da família, dividindo apartamento...
- Tinha computador, um quarto só seu que o vô veio até aqui pra pintar...
- É, é, mas também não é assim. Você pensa que é fácil ter que fazer a própria comida? E ainda controlar o dinheiro pra não passar fome no fim do mês?
- Mas você não fazia sua comida. Nem almoçar no RU não almoçava. Comia no SESC a R$ 1,60 e jantava hamburguer feito no grill. Nem problema com dinheiro você não tinha, porque além de ter salário o vô e a vó pagavam suas contas.
- Ahá! Mas vejá só, eu só tinha salário porque trabalhava. Estudava a manhã toda, trabalhava a tarde toda e tinha os trabalhos da faculdade pra fazer à noite.
- Trabalhava na sua área, podia entrar de graça em todos os shows do SESC e sua chefe ainda te levava pra outros tantos shows de graça.
- Mas... mas... também tinha os serviços de casa! Você acha que era fácil lavar a louça aqui, com esse frio que faz no inverno? E a roupa, hein? E a roupa?
- Ah, mãe, nem vem com essa. Eu sei muito bem que sua casa tinha aquecimento a gás. Até os dentes você escovava com água quente. E a máquina de lavar roupa que você tinha? Pensa que eu não sei que nem as meias você esfregava no tanque?
A essa altura eu já estaria desesperada com a minha falta de argumentos e só me restaria apelar:
- Bom, mas o que você tá esquecendo é que o chão da minha casa era de carpet. E não existe nada pior de limpar do que carpet. (Vaaaai, vence essa agora.)
- A vó me contou que você fez ela comprar um aspirador novo...
É, isso foi só pra dizer que eu tenho um aspirador de pó novo e eu não sei como eu consegui viver até agora sem ele.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
O que é a interdisciplinariedade, não é mesmo, minha gente?
Texto de pedagogia na aula de tipografia, e texto de lingüística na aula de antropologia, num curso de Design.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Funcionários: o perigo latente
Hoje eu estava em um táxi, resolvendo uns problemas do SESC (sim, estagiário é burro de carga), quando uma van parada ao meu lado me chamou a atenção. Era uma van grande, com umas plotagens na lateral, e atrás o aviso: "Especializada em transporte de funcionários".
Como assim? Quer dizer que funcionários precisam de transporte especial? O que será que tem naquela van? Fiquei imaginando assentos reforçados, daqueles com correntes, e uns cinco seguranças armados com fuzis. O motorista diria ao presidente da empresa: "Não se preocupe, seus funcionários serão transportados com o máximo de segurança. A possibilidade de fuga é nula."
Ou talvez a situação seja completamente diferente: a van poderia estar equipada com gabinetes individuais, sujeitos a adaptações, onde cada funcionário poderia continuar o trabalho normal da empresa sem interrupção. E na trilha sonora, Kenny G., entremeado por frases de estímulo e de amor à empresa. O slogan seria: "Se seu tempo vale ouro, não o perca no trânsito".
Também pode ser algo meio Flintstone. A van teria aberturas em baixo para que os funcionários a movessem com suas próprias pernas. Ou ainda, um andar superior aberto, onde os funcionários fossem transportados de maneira visível, para sofrer o escárnio e a humilhação pública. E os tais dos seguranças de fuzis: "Não se aproximem, estamos transportando funcionários".
Havia outro aviso, porém menos evidente que o primeiro. "Cuidado, posso parar". À primeira vista, fiquei intrigada. Que bom que ele pode parar, preocupante seria se não pudesse. E então entendi. Imaginem só, a rua super movimentada, cidadãos de bem transitando pacificamente, e de repente a van pára, cheia de... funcionários! É melhor tomar cuidado mesmo.
...e eu que achava que estagiários é que eram motivo de pilhérias...
Como assim? Quer dizer que funcionários precisam de transporte especial? O que será que tem naquela van? Fiquei imaginando assentos reforçados, daqueles com correntes, e uns cinco seguranças armados com fuzis. O motorista diria ao presidente da empresa: "Não se preocupe, seus funcionários serão transportados com o máximo de segurança. A possibilidade de fuga é nula."
Ou talvez a situação seja completamente diferente: a van poderia estar equipada com gabinetes individuais, sujeitos a adaptações, onde cada funcionário poderia continuar o trabalho normal da empresa sem interrupção. E na trilha sonora, Kenny G., entremeado por frases de estímulo e de amor à empresa. O slogan seria: "Se seu tempo vale ouro, não o perca no trânsito".
Também pode ser algo meio Flintstone. A van teria aberturas em baixo para que os funcionários a movessem com suas próprias pernas. Ou ainda, um andar superior aberto, onde os funcionários fossem transportados de maneira visível, para sofrer o escárnio e a humilhação pública. E os tais dos seguranças de fuzis: "Não se aproximem, estamos transportando funcionários".
Havia outro aviso, porém menos evidente que o primeiro. "Cuidado, posso parar". À primeira vista, fiquei intrigada. Que bom que ele pode parar, preocupante seria se não pudesse. E então entendi. Imaginem só, a rua super movimentada, cidadãos de bem transitando pacificamente, e de repente a van pára, cheia de... funcionários! É melhor tomar cuidado mesmo.
...e eu que achava que estagiários é que eram motivo de pilhérias...
domingo, 27 de julho de 2008
1º Post
Já repararam que o primeiro post de um blog é sempre metalingüístico? A pessoa não pode simplesmente começar dizendo o que dá na telha. Primeiro tem que explicar porquê criou o blog, o que espera dele e, principalmente, avisar que esse é o primeiro post. É fundamental que um Primeiro Post se apresente como tal.
Bom, esse é o meu novo blog, e esse é o meu Primeiro Post. Ambos ficaram um tanto aquém das minhas expectativas, mas a gente vai levando. Sei que o nome do blog parece um pouco pretensioso, mas calma: eu não pretendo ser 100% gramaticalmente correta. Acho que a própria Gramática se encarrega de tornar essa missão impossível.
Bom, esse é o meu novo blog, e esse é o meu Primeiro Post. Ambos ficaram um tanto aquém das minhas expectativas, mas a gente vai levando. Sei que o nome do blog parece um pouco pretensioso, mas calma: eu não pretendo ser 100% gramaticalmente correta. Acho que a própria Gramática se encarrega de tornar essa missão impossível.
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