quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Não me matem, ecochatos!

Presenciei uma cena pitoresca na rua hoje. Bom, talvez presenciar não seja bem a palavra. Perdi o início e o desfecho. Apenas uma frase me foi jogada na cara, enquanto eu passava calmamente pela praça XIX de Dezembro (ou Praça do Homem Nu) a caminho de casa.

"Qual a sua pira de chutar o bicho, mano??!!"

Passei. Ainda virei pra trás uma vez, depois de alguns passos. Quem tinha falado era um rapaz de blusa preta e capuz (um mano, ao meu ver). Já o mano que tinha pira de chutar bichos estava mais pra trás, gesticulando. Não ouvi mais nada. Um pouco mais pra frente, a prova do crime: uma pombinha caída perto do meio-fio (chamem de guia, se quiserem; pra mim isso sempre foi e sempre será o meio-fio). Um outro menino que ia passando e também viu a cena ainda fez menção de parar pra ajudar a pombinha, e depois desistiu.

Fosse uma criança, ele não teria parado, ninguém teria gritado e a vida correria normalmente.

Não quero defender o cara que chutou a pombinha. Também não quero ser moralista e fazer um post enfadonho do tipo "temos que amar o próximo bla bla bla". Acontece que eu sou bem cética no que diz respeito a solidariedade com animais. Não que eles não mereçam. Mas sabe aquela história de "se você quiser mudar o mundo, comece arrumando seu quarto"? Então. Acho que uma espécie que não sabe cuidar de si própria não pode querer salvar as outras. Antes de ajudar a pombinha, ajude alguém.

No mais, senti uma certa alegria vingativa ao ver a pombinha se debatendo no asfalto. É que ontem, quando eu passava por ali no mesmo caminho pra casa, recebi um presente caído dos céus, de uma dessas criaturas adoráveis. Vaaaai, besta. Hehehehe.

4 comentários:

Bruna disse...

Hoje, enquanto eu voltava pra casa, senti algo dos céus no meu ombro também. Uma "água" dos céus. E perceba você: não chovia. Aí eu tive um fluxo de consciência sobre o ácido úrico. Afinal, pombas mijam ou não? Elas não precisam mijar. Mas então daonde veio a tal "água"?
Enfim, mas eu não as odeio como você. Você é má. Beijosvitiligo.

Unknown disse...

Coaduno com teu ódio, viu?

Se eu trabalhasse com engenharia biomolecular, eu certamente criaria uma versão de AIDS para as pombas.

Nobel, certeza.

Carolina disse...

posso ser ainda mais chata e dizer "pombas existem aos montes"?
(embora gente também! - mas eu acho que de vez enquando umas pessoas merecem ser chutadas mesmo).
e eu tenho medo de manos. de verdade.

Anônimo disse...

eu gosto da pira de chutar pessoas. =)