sábado, 27 de fevereiro de 2010

Primeira vez que te vi

Eu não acreditava em paixão a primeira vista.

Até hoje.

Foi na fila da Americanas. Ele estava imediatamente na minha frente. Era loiro, a pele muito branca, os olhos claros. Nossos olhares se encontraram, e ele sorriu. Nesse momento, foi como se nada mais existisse. Um segundo apenas, um instante sublime em que nossos destinos se entrelaçaram, e ambos soubemos que, a partir de então, estabelecera-se uma cumplicidade inquebrantável. Compreendíamo-nos.

Foi aí que eu fiz uma careta, ele riu e me ofereceu um pacote de Confeti. Os pais, visivelmente constrangidos, retiraram o mimo de suas mãos e o sentaram corretamente no carrinho. Ele foi embora sem olhar para trás.



(gosto de fazer careta para crianças quando os pais não estão olhando)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Medo que dá medo do medo que dá

Trocando e-mails com a Ju, hoje, fiz uma mini-lista dos meus medos. Aí achei que seria de utilidade pública fazer aqui uma relação mais completa das coisas que me apavoram - pra quem quiser me poupar ou, mais provavelmente, me assustar.

Vamos lá: tenho medo de cachorro, de barata, de mariposa e toda uma sorte de bichos, tenho medo de altura, de montanha russa, de barco pirata e de qualquer brinquedo mais radical que um carrossel, de falar no telefone, tenho medo de moto, de escadas, de pessoas que puxam conversa, de me arrumar demais, de me arrumar de menos, tenho medo de sumir pra sempre, tenho medo de existir pra sempre, tenho medo de vendedoras, de garçons, da rua riachuelo.

Curiosamente, não tenho medo de espíritos, de filmes de terror ou qualquer coisa paranormal, de escuro, não tenho medo de micróbios ou coisas que eu não possa ver, e não tenho tanto medo quanto deveria de andar sozinha na rua.

Já tive medo de palhaços, de Papai Noel, do Bozo, de televisão ligada, de agulha, de pinça (!!) e - acreditem se quiserem - de areia seca.